O lean manufacturing é um modelo de gestão de produção que propõe uma filosofia de redução de desperdícios, seja de custos ou de tempo, sem comprometer a qualidade dos produtos.
Neste artigo você vai entender como a indústria farmacêutica pode se beneficiar desse conceito, ao aplicar as 6 principais ferramentas do Lean Manufacturing à rotina de produção. Boa leitura!
O setor farmacêutico brasileiro é um dos mais robustos da América Latina, responsável por 42% do volume de negócios do segmento na região em 2024, de acordo com a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan).
Como um setor caracterizado por normas regulatórias rígidas, altos custos de produção e busca constante por qualidade e rastreabilidade, a produção farmacêutica, mesmo com tanta força no mercado, enfrenta desafios como falta de rastreabilidade, processos manuais e ausência de visibilidade em tempo real.
Nesse cenário, o Lean Manufacturing se torna essencial para as empresas que buscam equilibrar eficiência e conformidade, sem comprometer a segurança e confiança do setor.
Também conhecido como sistema Toyota de produção, esse modelo de gestão de fabricação busca eliminar desperdícios, aumentar o fluxo produtivo e promover uma cultura de melhoria contínua.
O que é Lean Manufacturing?
O Lean Manufacturing, conhecido também como Manufatura Enxuta e Sistema Toyota de Produção, nasceu no Japão no contexto Pós-Segunda Guerra Mundial, quando a indústria automobilística enfrentava escassez de recursos e precisava encontrar formas de produzir mais, com menos.
O modelo identifica oito tipos de desperdícios, conhecidos como “8 ralos”, em que os recursos são drenados sem gerar valor. Confira cada um:
1-Superprodução: fabricar além da necessidade real,resultando em estoques obsoletos ou lotes vencidos.
2-Espera: tempos ociosos por paradas de máquina, liberações lentas ou setups demorados.
3-Transporte: movimentações desnecessárias entre setores.
4-Excesso de Processamento: atividades redundantes, inspeções duplicadas e etapas sem valor agregado.
5-Inventário: excesso de matérias-primas,intermediários ou produtos acabados.
6-Movimentação: deslocamentos desnecessários de operadores, instrumentos ou insumos.
7-Defeitos: falhas em lotes, desvios de qualidade e retrabalhos.
8-Talento não aproveitado: quando as ideias da equipe não são ouvidas ou aplicadas.
-> Na indústria farmacêutica, esses desperdícios podem comprometer não só a produtividade, mas também a qualidade e conformidade regulatória.
O Lean Manufacturing deu tão certo, que ganhou força ao redor do mundo por sua capacidade de aumentar a produtividade, reduzir custos emelhorar a qualidade, com princípios e ferramentas aplicáveis a qualquer segmento industrial.
Na indústria farmacêutica, isso significa garantir que cada recurso, cada minuto e cada processo agregue valor real ao produto e ao paciente, reduzindo custos, retrabalhos e perdas, sem jamais comprometer a qualidade da produção.
Os 5 princípios do Lean Manufacturing e a relevância de cada um para aindústria farmacêutica
1-Valor
O ponto de partida do Lean é entender o que realmente é valioso para o cliente. Na indústria farmacêutica, o valor está diretamente relacionado à eficácia, segurança, rastreabilidade e conformidade regulatória.Tudo que não contribui para esses pilares é considerado desperdício.
2-Fluxo de Valor (Value Stream)
Mapear o caminho completo de um produto, da matéria-prima ao medicamento final, permite identificar etapas que agregam valor e eliminar as que apenas consomem tempo e recursos.
3-Fluxo Contínuo
A produção deve ocorrer sem interrupções desnecessárias,esperas ou retrabalhos.
Em uma planta farmacêutica, isso significa minimizar o tempo de interrupção para preparar máquinas e equipamentos (setups), inspeções redundantes e transferências excessivas, garantindo que a produção flua de maneira suave e previsível.
4-Produção Puxada
No Lean, a produção segue a demanda real, de acordo com o pedido do cliente. Essa abordagem ajuda a evitar acúmulo de lotes, reduz risco de vencimentos e aumenta a flexibilidade operacional.
5-Perfeição
O Lean é uma jornada contínua em que cada melhoria abre espaço para outra, com envolvimento coletivo, aprendizado constante e base em dados. O objetivo final é a excelência: fazer mais, com menos, e melhor todos os dias.
6 ferramentas do Lean Manufacturing para aplicar na rotina de produçãofarmacêutica
Agora que você conhece melhor esse modelo de gestão de produção, chegou a hora de colocá-lo em prática!
As ferramentas do Lean Manufacturing são essenciais para transformar a filosofia em resultados concretos na indústria farmacêutica, e quando aplicadas de forma estruturada, elas permitem eliminar desperdícios,aumentar a eficiência, reduzir paradas e melhorar o fluxo produtivo, sem comprometer os rigorosos padrões de qualidade exigidos pelo setor. Confira:
1. Gestão Visual
A gestão visual transforma o desempenho da produção em informações acessíveis e visíveis para todos: operadores, supervisores e gestores.
Por meio de painéis, indicadores e sinalizações é possível identificar rapidamente o que está funcionando e o que precisa de intervenção.
Na indústria farmacêutica, a gestão visual contribui para:
· Monitorar a performance das linhas e equipamentos em tempo real;
· Garantir rastreabilidade e conformidade com as normas GMP;
· Aumentar a autonomia das equipes, que passam a agir antes que os problemas se agravem.
Com o Plantscanner, a gestão visual é digitalizada: dashboards dinâmicos exibem dados de OEE, paradas, velocidade de linha eprodutividade em tempo real, promovendo uma visão integrada e imediata daoperação.
➡️Leia também: Gestão visual no chão de fábrica: quais os benefícios e como implementar?
2. Kaizen
O Kaizen é o coração do Lean Manufacturing e se baseia na ideia de que pequenas melhorias diárias, somadas, geram grandes transformações. Cada colaborador é encorajado a observar o processo, identificar desperdícios e propor soluções.
Em ambientes farmacêuticos, o Kaizen ajuda a:
· Reduzir o tempo de setup e limpeza entre lotes;
· Melhorar o fluxo entre áreas produtivas e de qualidade;
· Eliminar gargalos de documentação e inspeção;
· Estimular o engajamento e senso de propriedade das equipes.
As ações Kaizen se tornam mais precisas com os dados reais capturados pelo Plantscanner, já que os problemas são detectados com base em evidências e não apenas em percepções.
3. Métricas Lean
Sem mensuração não há melhoria, por isso, as métricas Lean permitem acompanhar o desempenho da produção, identificar desperdícios e medir o impacto das melhorias.
Entre os principais indicadores estão:
· OEE: mede a eficiência global das máquinas.
· MTBF e MTTR: tempo médio entre falhas e tempo médio de reparo.
· Lead time: tempo total entre o início e o fim do processo.
· Taxa de desperdício e rendimento de lote: indicadores críticos de eficiência e qualidade.
➡️Leia também: PlantScanner e Kaizen nas fábricas modernas: progresso industrial orientado por dados.
Na prática, o Plantscanner coleta e organiza essas informações automaticamente, transformando o chão de fábrica em uma fonte constante de insights para tomada de decisão Lean.
4. 5S
O 5S é um método de base do Lean que visa criar e manter ambientes de trabalho organizados, limpos e eficientes. Na indústria farmacêutica, o 5S não é apenas uma questão de produtividade: é um requisito de qualidade e segurança.
Aplicando os 5S (Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu eShitsuke), é possível:
· Evitar contaminações e não conformidades;
· Facilitar auditorias e inspeções;
· Reduzir perdas e retrabalhos;
· Criar um ambiente visualmente padronizado e seguro.
O 5S estabelece a base para todas as outras práticas Lean,uma planta organizada é o primeiro passo para uma operação enxuta e previsível.
5. TPM (Total Productive Maintenance)
A Manutenção Produtiva Total (TPM) elimina falhas e maximiza o tempo produtivo dos equipamentos. Ela envolve toda a equipe, não apenas o setor de manutenção, na missão de garantir o funcionamento perfeito das máquinas.
No contexto farmacêutico, o TPM é essencial para:
· Evitar paradas não planejadas que impactam lotes e prazos de entrega;
· Garantir estabilidade de processo e qualidade constante;
· Integrar manutenção preventiva e preditiva às rotinas diárias.
Com o Plantscanner, o TPM se torna proativo: o sistema monitora dados de operação, identifica padrões de falha e ajuda a planejar intervenções antes que ocorram paradas críticas.
6. Mapeamento do Fluxo de Valor (VSM)
O Value Stream Mapping (VSM) é uma ferramenta estratégica de visualização do processo produtivo como um todo, desde a entrada de matéria-prima até a liberação do produto final. Ela permite identificar gargalos, tempos de espera, redundâncias e fluxos ineficientes.
Na indústria farmacêutica, o VSM é vital para equilibrar produtividade e conformidade, ajudando a:
· Integrar etapas produtivas e de qualidade;
· Reduzir tempo entre inspeções e liberações;
· Planejar melhorias com base em dados concretos.
O Plantscanner potencializa essa análise, fornecendo dados em tempo real sobre desempenho, paradas e eficiência de cada etapa,criando um mapa vivo e dinâmico da produção.
Lean + Tecnologia: o papel do Plantscanner
Aplicar o Lean Manufacturing com eficiência exige dados confiáveis, atualizados e visíveis, especialmente na indústria farmacêutica. É nesse cenário que o Plantscanner atua como um aliado estratégico, transformando o chão de fábrica em uma fonte contínua de informação, rastreabilidade e aprendizado.
Com sensores e dashboards inteligentes, o sistema permite:
· Monitorar indicadores Lean como OEE, tempos deparada e taxas de desperdício;
· Detectar gargalos e desvios instantaneamente,evitando impactos na qualidade e no cronograma de produção;
· Gerar relatórios automáticos para auditorias e tomadas de decisão baseadas em dados;
· Fortalecer a cultura de dados e a tomada de decisão ágil, essenciais para a melhoria contínua e a conformidade regulatória.
Na prática, a combinação entre Lean Manufacturing e Plantscanner cria um modelo de produção mais enxuto, conectado e inteligente,onde cada informação capturada em tempo real se transforma em ação corretiva ou preventiva, e cada melhoria implementada se traduz em eficiência, qualidade e vantagem competitiva para a indústria farmacêutica.
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