OEE, a abreviação para Overall Equipment Eficiente (Eficiência Global de Equipamentos), é uma medida da utilização de uma máquina. É frequentemente usada no chão de fábrica e muitas vezes determina parte da remuneração por desempenho dos gestores e é, de longe, a medida mais falsa e manipulada no chão de fábrica.
Nesse post, vamos analisar o que é o OEE e como ele é definido. Os posts seguintes detalharão como o OEE é medido, os três principais métodos de manipulação do OEE e para que serve o OEE e o que ele não é.
O OEE é a relação entre o número de peças produzidas por uma máquina e sua capacidade teórica. Por exemplo, suponha uma máquina perfeitamente funcionando que poderia produzir 100 peças por dia sem paradas, quebras ou outros atrasos. Se, ao final do dia, a máquina produziu apenas 66 peças boas, então o OEE é de 66 de 100, ou 66%. Isso significa que 34 peças que poderiam ter sido feitas não foram devido a diferentes perdas.
Um OEE básico é simplesmente a relação entre peças boas produzidas e o número de peças boas que poderiam ter sido produzidas. No entanto, um dos benefícios do OEE é o detalhamento das razões pelas quais a máquina produziu menos peças do que teoricamente possível. Portanto, essas perdas também são frequentemente investigadas.
Perdas de Disponibilidade
A primeira perda na capacidade da máquina é a perda de disponibilidade (ou seja, o tempo em que a máquina poderia ter funcionado, mas não funcionou). Exemplos de perdas de disponibilidade são:
Manutenção planejada
Quebras e reparos não planejados
Trocas de setup
Falta de material
Falta de transporte para produtos acabados
Ausência do operador (por exemplo, pausas, tempo no banheiro, reuniões).
Paradas planejadas ou turnos não programados também são teoricamente uma perda de disponibilidade. A máquina poderia funcionar vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. No entanto, se a operação tiver, por exemplo, apenas dois turnos por cinco dias por semana, os turnos não programados geralmente não são considerados perdas. É claro que, se a demanda do cliente exceder em muito a capacidade da máquina durante esses dois turnos, então também é válido incluir os turnos não programados como perdas. De qualquer forma, se essas paradas planejadas não forem incluídas, elas ainda devem ser consideradas como capacidade potencial.
Perdas de Velocidade
A próxima grande categoria são as perdas de velocidade. A máquina funcionou, mas por algum motivo produziu peças em uma taxa mais lenta do que o esperado. As causas das perdas de velocidade são:
Falta de manutenção
Desgaste da máquina
Operação incorreta na máquina
Configurações erradas na máquina, velocidade definida mais baixa do que o possível
Pequenas paradas (teoricamente, isso é uma perda de disponibilidade, mas é mais fácil determinar como uma perda de velocidade).
Perdas de Qualidade
Finalmente, existem as perdas de qualidade. A máquina está funcionando, sua velocidade está perfeita, mas os produtos produzidos não atendem às especificações. Em resumo, a máquina está produzindo resíduos. Existem três possíveis razões para produzir resíduos:
Produtos descartados (o produto não pode ser recuperado de forma alguma)
Produtos retrabalhados (o produto precisa ser retrabalhado para ser utilizável). Embora teoricamente a capacidade da máquina não tenha sido completamente desperdiçada nessa peça, na realidade, o retrabalho geralmente requer mais esforço do que fazer corretamente desde o início. Portanto, o retrabalho geralmente é considerado uma perda completa.
Perdas iniciais (durante a rampa de produção, as peças são produzidas, mas - dependendo do sistema - podem ser descartadas por preocupações com a qualidade ou como parte do procedimento regular de rampa de produção).
Resumo
Abaixo está um exemplo de uma máquina que poderia ter produzido 100 peças, mas perdeu 19 peças devido à máquina parada, 13 peças devido à velocidade lenta e 2 peças que foram descartadas. Isso resulta em 66 peças boas onde poderia haver 100, ou um OEE de 66%.
Analogamente, uma máquina que deveria produzir 100 peças boas em 10 horas e levou 15 horas para produzir essas 100 peças, com 3 horas perdidas por máquina parada, 1 hora perdida por velocidade lenta e 1 hora perdida por peças descartadas teve um OEE de 66.7%.
No próximo post, vamos falar um pouco mais sobre como coletar dados para o cálculo do OEE.
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